sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Jogadores de Ceará e Fortaleza se unem pedindo paz no Clássico-Rei


Jogadores e ex-atletas se reuniram pela campanha "Paz no Futebol" (Foto: Diego Morais / Globoesporte.com)Jogadores de Ceará e Fortaleza e ex-atletas se reuniram pela campanha "Paz no Futebol" .



















Enquanto dirigentes, entidades, Polícia Militar e Justiça passaram os últimos dias decidindo e debatendo a presença de uma ou duas torcidas no Clássico-Rei, os jogadores dos dois times se uniram ao Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Ceará (Safece) em uma campanha exemplar. Os atletas pedem paz no futebol.
- A gente se preocupa com essas questões porque sabemos que tem muita gente de bem nos estádios. O esporte representa paz e integração. Representa algo bom. A violência que acontece só frustra e atrapalha o espetáculo dentro de campo. O que nós esperamos é que os torcedores saibam se respeitar - declarou Leandro, volante do Fortaleza.
A violência só frustra e atrapalha o futebol"
Leandro, volante do Fortaleza
A discussão da paz no Clássico-Rei ganhou força após as inúmeras mudanças com relação a presença ou ausência das torcidas no jogo do próximo domingo no Estádio Presidente Vargas. Por isso, o Safece resolveu convidar jogadores das duas equipes e mostrar que o mais importante é o que acontecerá dentro de campo.
- O mais importante é o espetáculo. O ideal seria ver as duas torcidas apoiando seus times, sem nada de violência. Não dá mais para confundir adversário com inimigo. O povo cearense é um povo de paz. E isso a gente quer também para o futebol - afirmou o presidente do Safece, Marcos Gaúcho.
A Polícia Militar garantiu a segurança do Clássico-Rei com um efetivo recorde. Serão cerca de 450 homens envolvidos em todo o esquema de segurança para a partida. Os jogadores envolvidos na campanha se mostraram preocupados com a segurança dos torcedores e com o clima de guerra criado durante as últimas semanas.
 - Espero que seja um clássico de paz. Dentro de campo, cada atleta dá o máximo pelo seu clube. A gente quer o melhor. Mas fora, todos nós somos amigos, somos da mesma profissão. Fora de campo a gente se cumprimenta, se fala, quer saber um do outro, se preocupa. Não existe isso de ser inimigo - criticou o volante alvinegro, Eusébio.
Para provar a amizade, Eusébio e Juca (pelo Ceará), além de Lopes e Leandro (pelo Fortaleza) vestiram a camisa da campanha. Eusébio e Leandro são amigos desde os tempos de Fortaleza, onde foram revelados. Juca e Lopes se abraçaram e trocaram figurinhas durante a sessão de fotos - os dois atuaram juntos no Botafogo.
- Apesar de ser rival em campo, fora dele, você pode se dar bem. O que a gente quer é mostrar para os torcedores que o que a gente quer é só fazer uma festa bonita, um espetáculo - disse Juca, capitão do Ceará.
O goleiro do Fortaleza, Lopes, foi mais além no discurso e relembrou o recente caso da tragédia no Egito, onde 73 pessoas morreram e centenas ficaram feridas em uma partida de futebol. Para o atleta, o que ocorreu é um exemplo do que não deve acontecer jamais.
- O jogo do Egito foi marcante, mas de forma triste. Nós estamos aqui pedindo paz aos torcedores, mas também aos dirigentes. É o que todos nós merecemos neste momento - concluiu o goleiro.

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